Sem duvida, Jacó tinha expertise em negociações. Uma cena resume bem isso: Jacó enviou toda a sua família para o outro lado do ribeiro Jaboque, mas algo inesperado aconteceu que o impediu de seguir, ele ficou para trás. “Jacó, porém, ficou só, e lutou com ele um homem até o romper do dia” (Gn 32.24).
De fato, sempre foi assim: “Jacó sozinho” – usurpando o direito de primogenitura, apropriando indevidamente da benção divina, medindo forças com seu sogro Labão, fugindo de volta para casa, sempre negociando segurança para si próprio -, porém, ninguém poderia negociar a posse de Canaã (ninguém pode entrar em Canaã por autossuficiência). O Senhor jamais permitiria isso. Portanto, veio pessoalmente opor-se a Jacó, em um objetivo maravilho de transformar Jacó e ensiná-lo que para seguir adiante ele deveria se submeter aos termos do Senhor.
No entanto, Jacó não estava disposto a abrir mão facilmente de sua independência e autossuficiência, e a disputa seguiu por toda a noite (Gn 32.24). Jacó não se submeteu facilmente, o seu espírito arrogante e individualista o impedia, até que um simples toque de amor deslocou a coxa de Jacó (v.25).
Que santa agonia! Que santo desespero! Que santa humilhação! Pela primeira vez, Jacó soube que só conseguia manter-se em pé porque os fortes braços do Senhor o amparavam!
Deus transformou o oportunismo de Jacó em grande benção. Não pensou duas vezes: “Não te deixarei ir, se não me abençoares” (v.26). Toda a expertise de Jacó tornou-se inútil, exceto por um grito saindo da alma de um homem desesperado pela benção de Deus que o transformou num novo homem, com um novo nome (v.28).
Ele de fato tinha “prevalecido”, pois esse é o modo maravilhoso de Deus agir, tornando o forte fraco, e o fraco forte. O Deus infinito em misericórdia, não pode ser vencido pela nossa própria força, mas sempre se deixa vencer pelo sincero clamor de seus filhos.
O Deus de Jacó é o nosso refúgio!
Rev. Wilson Penalva