Quão absurdo é que os homens mudem “a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25). Infelizmente, o pecado entrou no mundo e suas consequências são de proporções cósmicas.
Por causa da rebelião e da desobediência do primeiro casal, que tinham uma convivência próxima e amigável com Deus (comunhão com Ele), tudo isso mudou drasticamente. Por terem violado a confiança e o mandamento Deus, eles se colocaram do lado oposto a Ele, e tornaram-se, de fato, seus inimigos. As consequências são muito sérias: desfavor divino; culpa; punição, morte física, espiritual e eterna; escravização; fuga da realidade: negação do pecado; autoengano; insensibilidade; egocentrismo; inquietação; competição, rejeição da autoridade e incapacidade de amar. Mas, assim como Deus revelou seu poder na criação, Ele também o faz na revelação da Sua história redentora. Deus não abandonou sua linda criação. Imediatamente após a queda do homem no pecado, vemos os atos redentivos de Deus (Gn 3 – MI 4), e finalmente a redenção por meio de Jesus Cristo para redimir todas as nações e restaurar sua criação caída. Como consequência final, a vitória de Deus sobre o mal e o estabelecimento do reino perfeito sobre a Terra.
Portanto, enquanto isso não acontece, não podemos perder de vista que o pecado existe lá fora e dentro de nós. Os crentes são chamados para guerrear contra o pecado. A chamada a à santidade é uma convocação do próprio Deus. O pecado se move arrastando o intelecto para longe de Deus, seduzindo as emoções, corrompendo os desejos e a vontade, impedindo, assim, crescimento de todo cristão verdadeiro. Conforme J. Owen colocou, todo crente deve reconhecer que o seu inimigo não está apenas sobre você… mas também dentro de você”. Mesmo tendo sido redimidos por Deus, os crentes continuam a lutar com os vestígios permanentes do pecado que desorienta as suas faculdades, condição que persiste por toda a vida terrena deles.
Sendo assim, nesta luta contra o pecado, não se pode perder de vista a natureza dele, e a complexidade do coração humano, mas, também, a bondade e a provisão de Deus. A graça é o nosso principal fundamento na luta contra o pecado, pois por meio dela Deus perdoa nossos pecados, e também nos dá força para viver de uma nova maneira.
Rev. Wilson Penalva