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Roteiro Litúrgico para o Culto Familiar (05/04)

Conforme nos aproximamos da Dia da Ressurreição, relembramos a Paixão de Cristo. Jesus padeceu num madeiro em nosso lugar. Enquanto vivemos dias de aflição e incertezas, lembramos que Cristo, o perfeito sacerdote, também sofreu e pode nos ajudar em meio ao sofrimento.

O Senhor está conosco nas aflições, por isso o louvamos

Leitura: Isaías 50.4-9

O Servo Sofredor é alguém que sofre rejeição, vergonha e morte, e que traz salvação para Israel e luz para as nações (Is 42.1-4; 49.1-6; 50.4-9; 52.13-53.12). No contexto de Isaías, o Servo Sofredor é identificado com a própria nação de Israel (Is 49.3-6). Contudo, Jesus, o Filho de Davi, é o verdadeiro israelita, que cumpre aquilo para o que Israel foi designado. Ele é o verdadeiro Servo Sofredor.

O Servo Sofredor recebeu uma missão do SENHOR (v. 4-6). Ele recebeu a missão de confortar os cansados por meio de suas palavras (v. 4), ainda que isso o leve ao sofrimento e perseguição (v. 5-6). Jesus, antes de ser crucificado, foi espancado, escarnecido e cuspido (Mt 26:67; 27:30), e em nenhum momento se rebelou (1Pe 2.22-23).

O Servo Sofredor confia no livramento que vem do SENHOR (v. 7-9). Ele reconhece que o SENHOR o tem ajudado (v. 7, 9). Ele confia, ainda que as circunstâncias não pareçam favoráveis, que o Senhor lhe fará justiça, que a vitória final lhe está garantida e que ele não será envergonhado (v. 7). Por isso, ele não teme os seus inimigos (v. 8), pois sabe que serão derrotados (v. 9). Do mesmo modo, Jesus confiou em Deus, tendo em vista a vitória que lhe era proposta.

Hino: “Amor e Gratidão”, HNC 48

Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=SaMfL3Ea8VA

Reconheçamos o amor de Jesus que, sendo nosso servo, desceu e padeceu na cruz em nosso lugar. Por causa de seu amor leal, agora podemos obedecê-lo enquanto afirmamos com confiança: “embora desprezados, com aflições e dor, é sempre bom servir-te, Bendito Salvador”.

Oração de Adoração

Louvemos ao Senhor porque ele é o nosso auxílio. Demos graças, pois recebemos o auxílio de Deus em meio a lutas e sofrimentos. Demos graças também pela vitória de Cristo, que nos dá a garantia de que não somos condenados.

O Senhor nos socorre em tempos de angústia, por isso clamamos

Leitura: Salmo 31.9-18

O‍ Salmo 31 foi escrito por Davi em momento de grande necessidade, enquanto era desprezado e perseguido. Muitas de suas orações registradas surgiram em tais situações.

Davi descreve a sua aflição (v. 9-13). Ele foi abandonado pelos seus amigos (v. 11-12) e os seus inimigos o cercavam de todos os lados (v. 13). Mas, apesar das circunstâncias, o principal problema que ele enfrenta é interior: ele é consumido pela tristeza e culpa pelo pecado (v. 10).

Davi faz a sua petição ao Senhor (v. 14-18). Ele ora por livramento, enquanto reafirma a sua confiança em Deus (v. 14). Ele pede que o Senhor demonstre a sua misericórdia (v. 15-16), enquanto o livra de seus inimigos (v. 17-18). Em momentos de aflição nós também podemos confiar no Senhor, cuja misericórdia não tem fim.

Ninguém cumpriu o que diz este salmo melhor que Jesus Cristo. Ele sofreu mais oposição e perseguição que qualquer um. No momento de sua aflição, fora abandonado por seus amigos e esteve cercado de inimigos (v. 9-13; Cf.: Mt 27.55-56). E ele teve fé e confiança no plano de Deus mais que qualquer um. Ele entregou nas mãos de Deus a sua vida (v. 5; Mt 27.50).

Hino: “Junto à Cruz de Cristo”, HNC 263

Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=xLppI4Xo1aE

Reconheçamos a misericórdia de Deus, que enviou Jesus para sofrer grande aflição, a fim de conceder a nós misericórdia. Reconheçamos também que, na cruz de Cristo, encontramos abrigo e alento, que ameniza o nosso caminhar.

Oração de Confissão

Reconheçamos que temos pecado e que necessitamos da misericórdia de Deus. A nossa força se debilita e os nossos ossos se consomem quando não confessamos o nosso pecado (v. 10). Precisamos do Senhor.

O Senhor se humilhou e serviu voluntariamente; nisso o imitamos

Leitura Bíblica: Filipenses 2.5-11

Aqui temos um convite à imitação de Cristo. Paulo exorta aos filipenses que tenham a mesma disposição de Jesus Cristo (v. 5), o que deve se manifestar em serem humildes uns para com os outros (v. 1-4). Jesus renunciou à glória celestial que tinha nas alturas (v. 6-7) e fez-se servo, sofrendo e morrendo na cruz (v. 8). Ele foi então glorificado pelo Pai, e recebeu o nome que está acima de todo nome (v. 9-11). Os cristãos devem imitá-lo, não considerando a si mesmos superiores a seus irmãos, mas prezando pela unidade, humildade e disposição ao serviço (v. 1-4), enquanto têm em vista a recompensa futura.

Hino: “Amor que Vence”, HNC 260

Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=FhBly-DGpfU

O Senhor desceu, sofreu e morreu por amor. Ele também nos perdoa e nos sustenta pelo seu perene amor. Dediquemos ao Senhor o nosso amor, humilde e inconstante, sabendo que é Ele quem nos segura em suas mãos.

Oração de Intercessão

Um dos modos pelos quais podemos amar e servir a nossos irmãos é orando por eles. Oremos para que Deus sustente os nossos irmãos durante a pandemia, e para que ele anime os desanimados e dê consolo aos desconsolados.

O Senhor se entregou para a nossa salvação; a ele nos achegamos

Leitura Bíblica: Mateus 27.11-54

Aqui temos o relato da Paixão de Cristo, o clímax da narrativa de Mateus. Para o cumprimento de toda a justiça e por causa de seu amor por nós, Jesus se entregou, levando toda a culpa da transgressão dos eleitos.

Um tema predominante no capítulo é a soberania de Jesus sobre todas as circunstâncias de seu julgamento. Jesus não é vítima das circunstâncias e da opressão. Ele se entregou a fim de nos salvar (v. 50). Jesus sabia previamente da traição que ocorreria (v. 1-10). Foi Deus quem deu autoridade às autoridades que crucificaram Jesus, incluindo Pilatos (v. 27.11-26). A zombaria e a violência que sofreu (v. 27-32) cumpriam o que já havia sido predito no Antigo Testamento, bem como os demais acontecimentos do momento de sua morte (v. 52-53). Por fim, tudo isso foi plano de Deus, a fim de que Cristo levasse sobre si a culpa pela nossa transgressão (v. 33-54).

Outro tema do capítulo são as diferentes atitudes diante da aflição de Jesus. Os judeus que, há pouco, celebraram a entrada triunfal de Jesus, comemoravam a sua morte, enquanto soldados romanos reconheciam o senhorio de Cristo. Os discípulos de Jesus, que até há pouco o seguiam, o abandonaram no momento de sua aflição (Sl 31.9-13), enquanto poucas mulheres permaneceram ali, servindo a Jesus (v. 55-56).

Muitos de nós, quando em aflição, somos inconstantes no coração. Cedemos às pressões e ao medo das circunstâncias. Nos esquecemos da soberania de Deus e nos afastamos. Graças a Deus pelo perdão oferecido em Cristo. Por causa dele, mesmo pessoas inconstantes como nós podem se achegar ao trono da graça! Nele há um lugar de misericórdia para pessoas inconstantes como aqueles discípulos, e como eu e você. Podemos nos achegar ao trono de sua graça!

Cântico: “Cristo ajudará”

Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=_hKi3ktUx8E

1. Se eu temer, a fé faltar
Não me deixará
Quando o tentador agir
Sim me guardará
Eu não posso me suster
no caminho mal
Por vezes me esfria o amor
Não me deixará
Cristo ajudará!
Sim, ajudará!
Grande é o seu amor por mim!
Cristo ajudará!
2. Nós salvos vem se deleitar
Não me deixará
Precioso sou aos olhos seus
Não me deixará
Minha alma não se perderá
Seu plano cumprirá
Com alto preço me comprou
Sim me guardará
Cristo ajudará!
Sim, ajudará!
Grande é o seu amor por mim!
Cristo ajudará!  
3. Jesus sangrou, morreu por mim
Não me deixará
A justiça satisfez
Não me deixará
Vida eterna Deus me deu
Sim me guardará
Até o fim da vida aqui
Quando Cristo vier
Cristo ajudará!
Sim, ajudará!
Grande é o seu amor por mim!
Cristo ajudará!

Oração Final

“Deus Todo-poderoso e eterno, tu que em teu terno amor pela humanidade enviaste teu Filho, nosso Salvador Jesus Cristo, para assumir nossa natureza e sofrer morte na cruz, mostrando-nos o exemplo de sua grande humildade, concede-nos em tua misericórdia que andemos pelo caminho de sua paixão e participemos também de nossa ressurreição, por Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus agora e sempre. Amém.” (Thomas Cranmer)