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Quando não desejamos Deus

O que você mais almeja? O que te traria satisfação plena? O que te faria mais feliz e satisfeito? Só o Deus eterno pode dar pleno significado à nossa vida e satisfazer a nossa alma. Nossa maior necessidade não é das bênçãos de Deus, mas do Deus das bênçãos. C.S. Lewis, sabiamente, declarou: “Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para um outro mundo… Se nenhum dos meus prazeres terrenos é capaz de satisfazê-lo, isso não prova que o universo é uma fraude. Provavelmente os prazeres terrenos não têm o propósito de satisfazê-lo, mas somente de despertá-lo, de sugerir a coisa real. Se for assim, tenho de tomar cuidado para, por um lado, jamais desprezar ou ser ingrato em relação a essas bênçãos terrenas, e, por outro jamais confundi-lo com outra coisa, da qual elas não passam de um tipo de cópia, ou eco, ou miragem”.

O maior inimigo da fome de Deus, no entanto, não é veneno, mas uma torta de maçã. “Os prazeres desta vida” e “os desejos por outras coisas” – não são necessariamente coisas más em si mesmas. Não são vícios. São dons de Deus. Essas coisas podem ser a nossa refeição básica, leitura, viagens, negócios, televisão, Internet, compras, exercícios, esportes, casamento, carreira e dinheiro. Todas essas coisas boas em si mesmas podem ser mortais substitutos de Deus para a nossa alma. Coisas boas podem fazer grandes estragos em nossa vida espiritual. Em posse desses bens transitórios, podemos nos transformar em pessoas egocêntricas e que se acham autossuficientes.

Frequentemente, o sofrimento tem sido um instrumento de Deus para nos lembrar quem somos e do que necessitamos de fato. A circunstância adversa é pedagógica para os cristãos. Foi a dor causada pelo espinho na carne de Paulo que o levou a declarar: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2Co 12. 10). Deus promete ir em auxílio daqueles que param de depender de si mesmos e O buscam como seu tesouro e socorro. Ele sacia o sedento (Ap 21.6; 22.17). São os pobres de espírito que serão recompensados (Mt 5.3). Ele trabalha para aqueles que nEle esperam (Is 64.4). São os que se deleitam nEle que serão respondidos (Sl 37. 4-5). O Senhor nos abençoa quando nos esvaziamos da nossa autossuficiência e recorremos a Ele como nossa única esperança.

Você tem fome de Deus? Você anseia pela presença do Senhor? Ou está contente apenas com as bênçãos que Ele tem dado? Quanto mais profundamente nós andamos com Cristo, mais fome de Cristo nós sentimos, mais deleite na comunhão com o Senhor temos, mais desejo da plenitude de Deus almejamos. Se nós não estamos sentindo intenso desejo da manifestação da glória de Deus em nossa vida, não é porque já temos bebido o suficiente das fontes de Deus, mas porque estamos nos alimentando apenas dos banquetes do mundo.

Rev. Marcos Cleber S. Siqueira